quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Passo por pessoas
Pessoas passam por mim
Todos os dias, todos os anos
Tempo inteiro, metade
Saudade...
Ventos e tempos me chamam
e se calam
Sei que é preciso ir
Às vezes, necessário ficar
Parar...
Deixo marcas, traços
pedaços de mim
Levo sorrisos, abraços
vazios sem fim
Contraditoriamente complementares
sentimentos
E se não os fossem seria
incompleta, inerte, sem rima
Certa de que tudo muda
Me abro ao mundo
Mutante, metamorfoseante
Conscientemente inconstante

Elaine Soeira
Janeiro/2013

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Vez em quando...
coração dispara,
respiração falta,
corpo gela,
cabeça ferve,
sentimentos vêm,
pensamento voa,
relógio para,
tempo não volta,
gira mundo,
vento te leva,
encontro abstrato,
abraços n'outro plano,
mato a saudade,
volto pra casa.

Elaine Soeira

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Reencontro

Se as raízes internas são tantas,
é chegado o tempo de florescer.
Perdido entre uma onda e outra,
diminutado na ânsia de ter identidade,
reside o tempo de esconderijo
dos outros e de mim mesma.
Assumo a partir de agora,
e por tempo indeterminado,
as dores, os sabores,
a vaidade e o respeito,
de ser quem sou e do jeito que sou.
Meu espírito reclama seu espaço,
numa vida com menos máscaras,
com mais sinceridade,
com menos amarras, sem muitos padrões.
Quero viver "desajustada" das vontades alheias,
tanto quanto quero reencontrar-me comigo.
Minha alma exige minha escuta,
para não ter que degustar o que não gosta,
por não ter que fazer o que não lhe apetece,
para não abrir mão do que lhe faz
leve, feliz e plena.
Elaine Soeira

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

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Procuro alguém para dividir…
A preguiça da manhã,
a insônia da madrugada,
o cochilo da tarde,
o desquietar da noite,
o nascer e o pôr-do-sol.
A lágrima que rola,
o sorriso sem graça,
a alegria despretensiosa,
as futilidades, as seriedades,
e tudo que mais importa.
O sofá da sala,
a rede da varanda,
o colchão da cama,
o guarda-roupa e o chuveiro.
O cuidar das plantas,
o planejar da casa,
a ida ao supermercado,
o parquinho dos meninos.
Os canais da TV,
o aparelho de som,
a internet e o computador.
Os medos e os sonhos,
as birras e as conquistas,
as alegrias e as fraquezas,
as tristezas e as certezas.
Procuro alguém…
para planejar, bagunçar e dividir a vida.

Elaine Soeira


sábado, 28 de dezembro de 2013

Teimosias

É precisamente isto que me define,
É exatamente isso que me redime.
Uma paciência irrequieta,
Uma agitação paralisante.
Teimosia revestida de audácia
ou coragem apimentada com certeza?
Eu não sei,
porque nem tenho outras pretensões.
Talvez saiba, porque quero desentender,
desconhecer, metamorfosear.
Mimetizar o tempo com meus sonhos.
Os tempos e as teimosias me habitam,
no templo que chamam de corpo.
Eu vou, me espere!
Chego num instante!
Mas não tão depressa.
Quero ir no ritmo gracejante
das ondas que se movem
de onde para nada,
do nada para sempre, 
incansáveis, indomadas.
Teimosias de não ficar quieta,
me levam para um não lugar
que é sempre lugar,
para o bem ou para o mal.

Elaine Soeira





sábado, 14 de dezembro de 2013

Pessoal,

Estou mudando de endereço.

http://cousasqueiscrivinhu.wordpress.com/

Espero vocês por lá!

Abraços
Ainda que queiras me aprisionar,
que amarre os meus pés,
que acorrente meu corpo.
Trago no meu espírito
um desejo tão grande
capaz de quebrar amarras,
e impossível de ser trancafiado.
Esse desejo atende pelo nome de SONHOS.
Elaine Soeira